domingo, 13 de dezembro de 2009

O Olho do Cu



O olho do cu, é cego
é cego mas é carnudo.
Podem crer e eu não nego,.
é cego, mas não é mudo.

No falar se vê a gente,
em linguagens diferentes.
Mas se ele está doente,
bufa seus ais estridentes

A coisa não está na moda,
mas seu dono se alivia.
Aos vizinhos incomoda
se é que o bufo, fedia.

O olho do cu é cego
mas de mudo nada tem.
Mas nestas coisas agrego
que vomita muito bem.

E o largar, é gostosura
quando sai p’ra aliviar.
Já bem basta, se a fartura
nos obriga a defecar.

Por vezes, tu força fazes
que a coisa não quer sair.
Mas quando feitas as pazes,
acabaste por parir.

É cego mas não é mudo,
e vomita sem comer.
Isto ainda não é tudo,
Também serve p’ra meter.

Beijo negro, está a dar
em publicidade enganosa.
É lambê-lo, sem cheirar,
pois é um botão de rosa.

Por agora eu vou parar,
destes versos estou cansado.
Não vou mais continuar
Por me sentir enjoado.

24-04-2006

.

Lubrificante Anal



Com este lubrificante
diz adeus à cuspidela.
vai daí, qualquer amante
põe de lado, a lambedela.

Entre o prazer e a dor
a fronteira é subtil.
Quantas vezes o amor
não dispensa um bom quadril.

Eu não sei que admirar,
se aqui o anestesiante
ou a propaganda no ar
bem pouco edificante.

Cueca fio dental
às bochechas dá reforço
desse ponto tão carnal
que fica abaixo do dorso.

Mas há mais p'ra onde olhar
que qualquer mortal não vê.
Nesta estória de ajudar,
vai mais longe, ao ponto Gê.

A menos que esteja errado
Doenças há aos milhões !
Será creme delicado
Que acaba c’oas comichões ?

Se assim for, é esse invento
Pomada de urubu.
Fica o dedo fedorento
Quando coçamos o cu !

Agora,… atentem bem
que isto é, delico-doce.
O local de onde provém
é ali … ao Pingo Doce.

em 22-12-2006
.

Lingerie Masculina



Ao ver tanto janota
com rendinhas nos calções,
eu devo ser muito cota
e alérgico a comichões.

Vendo bem este aparato
fico triste e dá-me ganas.
Foram tirar seu retrato,
não passam de umas bichanas.

Embora diga o ditado
que desta água não bebo,
aqui fica bem jurado,
já não sou nenhum efebo.

Comigo a moda não pega
quem sabe, terá futuro.
Só de ver-ma na refrega
Tais coisas logo esconjuro.

Mas atenção que na moda
há quem a siga a preceito.
Se à vista não incomoda,
quem sabe… pode dar jeito.

Larilas, são os primeiros
a desfrutar desta ideia.
Vão ser eles os obreiros
que esta moda granjeia.

Aqui vos deixo estas fotos
rendas caras de artesã,
e para certos devotos
novidades de amanhã.

E nestas fotos que eu mando,
Ideias do figurino,
ao que chegou o desmando
do nosso macho latino !

30/11/09
.

Esculturas na Areia



Fiquei boquiaberto
ao ver tão belo trabalho
sabendo que aqui tão perto
nos areais, eu encalho.

Tanta areia que nós temos
que bem podia servir
para sermos dos supremos
na arte de produzir.

Mas por certo há um senão
para além de artista ser.
Eu junto a areia c'oa mão
mas não a posso reter.

Eu não sei qual o sistema
De conseguir esculturas
Com areia tão pequena
Sem cair lá das alturas.

Daqui eu lanço meu repto
A ver se alguém é audaz.
Venha pois um bom adepto
Que nos mostre ser capaz.


em 27/04/08

Eu, a Sotaina vesti...

Eu a sotaina vesti
P’ra pregar aos meus fiéis
Na Paróquia minha rua.
Mas com a pressa esqueci
De apertar os cordéis,
Por certo estava na lua.

Foi assim que eu passei
Por uma grande vergonha
Que sempre nos encafua.
Nessa altura escorreguei
Coisas que um padre não sonha,
Caiu-me a roupa na rua.

Envergonhado fiquei
De me ver naquele estado
Passavam duas suecas.
Só Deus sabe o que passei
Quase nu, ali ao lado
Porque ficara em cuecas.

A roupa puxo p’ra cima,
Tento seguir normalmente
Que a vergonha a todos custa.
Uma velha se aproxima,
Veio ver o incidente
Com sua cara vetusta.

Dali fujo a sete pés
Estava ela interessada
Em ver o meu corpo nu.
Olhando pois de revés
Eu vi a velha grudada
No meio do sururu.


Chego à igreja ofegante
A tempo de começar
A missa dominical.
No acto de palestrante,
Eu vi ao fundo a entrar,
A velha com seu missal.

E em tendo a missa acabado
Tratar fui das confissões,
Trabalho que nunca cansa.
Ali eu tiro o pecado
E também dou comunhões
A quem perdeu esperança.

Julgando ser o final,
Fiquei logo admirado
Quando a vi na vizinhança.
Era a velha tal e qual
Do encontro casual
Cheiinha de confiança.

Seus pecados, me contou
Que aqui não posso contar
Sem ordem do Vaticano.
No final ela enfrascou
Água benta p’ra levar,
Mais imagens do Arcano.

Esta vida de padreco
Podem crer, é cansativa
Doente ando, do lumbago.
Vendo bem, sou um boneco,
Agora sem perspectiva
Por culpa do Saramago.

Descobriu que sendo Ateu
O nosso Deus não existe
Foi invenção dos humanos.
Saiu-me ele, um fariseu,
Ao dizer tamanho chiste,
Coisa vera, p’ra decanos.

Já não sei o que fazer
Ando a pensar desistir
Mudo de vida e de forma.
Sem ganha-pão, p’ra comer,
Posso acabar por falir
E perco a minha reforma!

Comigo em meus pensamentos,
Tentando encontrar o rumo
Do meu futuro tristonho,
Fui guardar os paramentos,
As velas eu pus a prumo
E ali,… dei asas ao sonho.

*************************

Eram milhares os fiéis
Que vinham à minha missa
Para ouvir os meus sermões.
Colhia contos de réis
Nesta vida submissa
Fugindo das tentações.

Meu discurso inflamado
Cada vez chamava mais
Pessoas para me ouvir.
Ficava o povo varado
Já falavam os jornais
Eram muitos a acudir.

No Santuário estava
Pregando à multidão
De Fátima os seus devotos.
E quando o órgão tocava,
Ali eu tive a visão,
…Pareciam terramotos!

Dirigiu-se-me um senhor
Vestido à maneira antiga
Que mais parecia o Mefisto.
Saia dele um calor
Mas sua mão era amiga
E afinal ele era o Cristo.

Pegando na minha mão,
Foram segundos somente,
Viajei pelo Universo.
Sentindo um estremeção,
Só voava a minha mente,
Difícil é, pôr em verso.

Estava o Céu florido
Tal e qual como um jardim
Com um cheirinho a groselhas
E me invadiu um zumbido
Ao ver aquele festim,
…Eram as almas, abelhas.

Só assim se compreende
Que ali devam trabalhar
Para alimentar nosso Deus.
Com facilidade se aprende
Bater asas e voar!
Na volta, nem disse adeus.

Ao Hades fui de seguida
Também por lá trabalhavam
As nossas queridas alminhas.
Só que lá era outra a lida
Na água quente se banhavam,
…Suavam as estopinhas.

******************************

Logo ali fui acordar
Daquele sonho tão lindo
Com empurrão de cernelha.
Ao ver-me a dormitar,
O Órgão ia partindo…
Era o diabo da velha.

Me explicou de seguida
Que em me vendo a dormir
Com uma cara de santo,
Pensou que fosse bebida
E achou por bem acudir
Nesse lugar sacrossanto.


Foi assim que eu voltei
À realidade da vida
Após um forte abanão.
Do que vira, eu não achei
Garantia apetecida
E pus a mim a questão:

Será que estou enganado,
Não ser esta a minha sina,
Não ser este o meu trabalho?
Ando muito apoquentado
E vou despir a batina,
Não vou passar por paspalho.

Estava em meus pensamentos
Quando a velha me interroga
E acabei franco com ela.
-Mande à fava os sacramentos.
-Tudo isto é uma droga,
-Saia já desta Capela!

Acompanhei a velhota
Que disse Senhora ser
Sendo eu do seu agrado.
Não era nada devota
Mas tinha muito prazer
De acompanhar um Prelado.

Senhora de muita guita
Me convidou a entrar
Em sua casa ricassa.
E em conversa restrita
Disse logo ao começar
Não ser mulher de mordaça.

Foi então que estando sós
Se começou a despir
Ali em frente de mim.
Da cara tirou os pós,
Acabei por descobrir
Linda pele tipo marfim.


Era uma jovem afinal
Que tudo aquilo fizera
Para bem me conquistar!
Foi uma tarde infernal,
Para mim, uma quimera,
Saudoso desse manjar.

Escusado sói dizer
Que acabamos na banheira
Em banhos relaxamento.
Em vendo a dita a crescer,
Começava a brincadeira
E se gozava o momento.

Acabei me enamorando
Dessa mulher tão gaiata
Que ao Bispo pedi descarta.
Desculpou o meu desmando,
Tinha ele uma beata, …
Compreendeu minha carta.

Assim foi que me tornei
Homem rico em meu país,
Vivo bem e vivo em paz.
Já o provérbio faz lei
Ao dizer que se é feliz
Tendo a mulher por detrás.


Grande rimanço do
do Poeta Brejeiro
em
19.11.09

Religião tem um lado...


Religião tem um lado
Que é o lado do crente
Seja cristão, muçulmano.
Vai servindo a essa gente
Que por obra do seu fado
P’ra lá corre todo o ano.


Para passar a mensagem
Que acredita o bom do povo,
Religião tem cautela!
Trabalha para o homem novo
E o povo segue a imagem
Vai do lado, que é o dela.


Quantos mais, mais vão contentes
Que esta vida é mesmo assim!
Esperando o Céu ganhar.
Promessas fazem aos crentes,
Que em tocando o clarim,
As almas vão lá chegar.


Céu, uma espécie de venda
A todos publicitada
Com promessas de encantar
Escondidas na fachada.
O povo não tem emenda
time shering p'ra enganar.


Saibam da grande vantagem
Face aos humanos escolhos
Que a religião encontrou.
São benefícios aos molhos,
Ganha-se o Céu na viagem,
Jamais alguém… reclamou!
30.11.09
.

domingo, 25 de outubro de 2009

A minha vizinha

Há p’ra aí, uma vizinha
Que me faz andar na lua
Pois é boa, como milho.
Quando à tarde, à tardinha,
Passo por ela na rua
… Acendo logo o rastilho.

Pernocas com coxas boas
De mini saia a valer,
Marcam passos no ladrilho.
Seus peitos, duas meloas
Que o decote deixa ver
… Acendo logo o rastilho.

No que vejo me contento
Já que o mais não posso ver
Dentro está do espartilho.
Dando corda ao instrumento,
Ai quem ma dera comer,
… Acendo logo o rastilho.

Quis a sorte de a encontrar
Lá no nosso elevador
Quando entrei de afogadilho.
Não me pude concentrar
Tamanho foi o ardor
… Acendi logo o rastilho.

Qualquer dia vou-me a ela
Só p’ra ver no que isto dá
E puxo logo o gatilho.
Por certo não é donzela,
Quando a moça não é má
… Acendo logo o rastilho.

Nosso prédio tem escadas
Eu subi seu patamar
Espreitei por um caixilho.
Por vezes dão-me guinadas
Tenho ganas de entrar
… Acendo logo o rastilho.

Corajoso fui audaz,
Lá bati à sua porta
Mais parecia um andarilho.
Veio ela pertinaz,
A minha fala me corta,
… Acendi logo o rastilho.

Sendo eu um seu vizinho,
Me convidou a entrar
Tinha na mão um cepilho.
Com a bata em desalinho
Por cima de corpo alvar.
… Acendi logo o rastilho.

Depois de bem conversar
Com a mulher que se grama
Caímos no tombadilho.
A pressa pode enganar,
Meteu-me ela na cama
… Não acendi o rastilho.

Coisas destas são normais
Quando é mui a grande pressão
Que dá cabo do casquilho.
Já nos casos conjugais
Por vezes vai-se a função
E não se acende o rastilho.

Não ponhas muita pressão
No que tiver de ser feito
Que acabas fazendo nada.
Com calma vem o tesão,
É tudo questão de jeito

Fica a mulher consolada.

Faz sentido - O azul e o Vermelho



Madame Da Conta Pinto
Emborcando o seu tintol,
Neste privado recinto
Em que falta o guarda-sol.

De vermelho e à sua beira
Juntamente com a amiga.
Luísa Filpe Vieira
Também bebe jeropiga.

Não faz falta o guarda-sol,
Ambas têm bons chapéus.
Discutindo futebol
Distribuem seus troféus.

- Dois p’ra mim e um p’ra ti,
O caso fica arrumado.
- Se eu a bola não vi
Ficou o golo anulado!

E nestas calhas da vida
Muito arrisca, todo aquele
Que faz luta compelida
E tudo quer para ele.

Lá diz o velho ditado,
Se o inimigo não vences,
Faz com ele um bom tratado
Põe de parte leis forenses.


Sentadas na esplanada
Gozam à farta os tolos.
De futebol, sabem nada,
Tão pouco brindam aos golos.

E cá o Zé que é tripeiro
Não grama o Zé alfacinha.
Todos querem ser primeiro
À custa de uma mezinha.

Mas estas duas patroas
Da melhor sociedade,
Cantando vão, suas loas,

À perdida mocidade !

As mulheres do meu país


As mulheres do meu país
Mostram cara que adorais .
Mas quando estala o verniz
Até mostram muito mais.

Seus decotes bem abertos
Mostram o rego das mamas.
Nossos sentidos despertos
Logo ali vêem programas.

Na rua ao passar por nós
Aquilo dá mesmo raia.
Nas calças descoso o cós
Quando vestem mini saia.

Na praia, ali é mato,
Já não usam biquíni.
Deixou de ser caricato
Vestem só o monoqui.

Mas agora a moda muda
E p’ra algumas é fatal.
Já anda gente desnuda
Calçando fio dental.

Se a muitas falta decoro
Outras há que encafuadas
Consideram desaforo
Ter as caras destapadas.

Pena tenho que assim seja
Às ditas desses países
Que as suas caras não veja
Pobres delas, infelizes.

Mas olhando noutra via,
Nosso apetite perdemos.
Sendo muita a iguaria
Pouco ou nada, nós comemos.

O mesmo não acontece
Nas mulheres que usam turbante.
Seu marido desfalece
Se ela o tira num instante.

Quem limitado se vê
Com pouco alimenta o Ego
E se um nadinha antevê,
Logo deixa de ser cego.

E eu p’ra aqui a pensar
Nos coitados desses povos.
Tão pouco podem mirar,
Sejam velhos, sejam novos.

Assim sendo, eu fico cá
A ver passar as cachopas.
Vou esquecer as de lá
Que aqui eu vejo as mamocas.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Mulher ao lado...condutor atrapalhado




Esta é a nova invenção
que muito vai agradar
a quem na condução
quer silêncio ao viajar.

-
Olha aí que vais depressa !
-Cuidado com esse carro !
-Vira aí nessa travessa !
-Deita fora esse cigarro !

Tantas coisas elas dizem
que por vezes sempre acertam.
Algumas, nos contradizem,
nosso nervoso, libertam.

No falar, não mais se calam
quando ao destino chegamos.
Aos demais, logo elas falam...
-Por pouco... nos estampamos!

Vai daí, tomem bem nota
desta nova solução
que nada tem de idiota
e que se presta à feição.


O TRABALHO


Quem trabalha, sempre alcança
mais trabalho p'ra fazer.
Quem trabalha, não descansa,
gosta bem de se entreter.

Tolo é quem muito faz,
tolo é quem muito alcança.
Preguiçoso dorme em paz,
faz crescer a sua pança.

Assim sendo, me interrogo
do porquê de trabalhar.
Se alguns cobres eu aforro
é para um dia gastar.

Junta o muito, junta o pouco
todo aquele que é medroso.
Só que o pobre do louco
tem gastar dispendioso.

Imaginemos agora
que eu mudava de ideias,
mandava o trabalho embora
não queria mais "pé de meias".

Amigos ? Tinha de mais
p'ra festa do consumismo.
Eram bandos de pardais
envoltos no seu cinismo.

Tolo é quem acredita
na amizade lisonjeira.
Num instante gasta a guita
vão-se todos, na primeira.


APOLOGIA da FRUTA


Quem come a fruta e as cascas
leva também vitaminas.
Quando a fruta tu descascas,
os meus olhos iluminas !

A fruta quer-se madura
porque a acidez é menor.
Gosto dela, tendo-a dura
que é quando sabe melhor !

Eu comi, dei a comer,
dividimos o pomar.
Sempre gostei de meter
o bocado em seu lugar !

Toda a fruta tem seu gosto
daí ser apetecida.
Quando como a contra gosto
a fruta não sai crescida !

Todas têm cor diferente
conforme o nome da fruta.
Roupagens, mudam a mente
e mais prazer se desfruta!

Toda a fruta fica bem
nos cestinhos p’ra vender.
Todos mais e, eu também,
a gostámos de comer !

Quantas vezes pelo cheiro
se decide a sua escolha ?
Há p'ra aí muito artilheiro,
cai de cabeça e não olha !

No pomar eu recolhi
a fruta mais variada.
Tendo em conta a que comi…
podem crer, só foi pitada !

O prazer que a fruta dá
é sensação passageira.
Como aqui, como acolá,
Só não como a travesseira!

Quantas vezes o sabor,
não trás amargos de boca.
Há p'ra aí muito estupor
que nos põe cabeça louca !

Toda a fruta tem seu tempo
em mostrar-se e ser comida.
Cuidado que o passatempo
não vai durar toda a vida !

Toda a fruta, engelhada
trocada é por mais nova.
O que acontece à velhada
é não trincar uma ova !

Quem andou não tem p'ra andar
diz o povo em seu saber.
Quem já não pode trincar
é porque a não pode crescer !

Se a fruta tem podridão
foi o seu tempo passado.
Na velhice, a solidão,
passa um filme... recordado !


Os postais, ... do meu Avô !



Olhem bem esta beldade,
ricas mamas ela tem.
Dito em boa verdade,
é o que mais nos convém !

Com seu olhar mui gaiteiro
tem na mão a ferradura.
Se dá sorte, sou primeiro
a mostrar minha bravura.

Com seu chapéu de flores
mais flores em seu regaço,
despontou muitos amores,
todos queriam tal pedaço.

E essa coisa de tirar
o corpete junto ao peito ?
Um nunca mais acabar
p'ra ver um corpo perfeito.

Eu sinto-me enamorado
por esta cara gaiata.
Seus peitos, do meu agrado
devem ser de aristocrata.

Por mim tenho, muita pena,
quem me dera o seu autógrafo.
Ter comigo esta pequena
sem ciúmes do fotógrafo.

O tempo, faz diferença
para o qual nos situamos.
Um tempo, há sem presença,
outro há, no qual andamos.

Assim sendo eu cheguei tarde
ou a dama cedo veio.
Que importa fazer alarde,
não faz jus ao galanteio.

E uma tristeza me invade
ao pensar nesta Rainha,
pois com toda a probidade
já morreu esta avozinha.


terça-feira, 4 de agosto de 2009

Num corre, corre, ... que já correu


Num corre, corre que corre
Corria a Dona Estefânia
Numa corrida sem par.
Assim correndo, ela morre
Nessa corrida espontânea
Em que corre sem parar !

Fui atrás dela correndo,
Muito corri nesse dia
Correndo sem gosto algum.
Podem crer, ia morrendo
Ao correr em demasia
Pois eu estava em jejum.

Esbaforido e confuso
D. Estefânia agarrei
No final da correria.
Em pensando ser abuso
Quando a mão nela pousei
Disse não querer companhia.

E dentro da casa dela
Foi ofegante a corrida
E eu decidi perguntar:
- Se acaso não és donzela
Fico aqui, dá-me dormida
Contigo quero sonhar.

Nessa altura ela parou
Vermelha como um pimento,
Já lhe corria o suor.
A um lenço se assoou
E num breve fingimento
Me disse olhando em redor.

- Amigo meu que correis
Tão lesto quanto eu corro
Aqui vais ter teu revés.
Logo fiquei aos papeis,
Por pouco pedi socorro,
Fugiu-me ela a sete pés.

Quem porfia mata caça
E ao ver como corria
Eu corro mais do que dantes.
Logo ali faço trapaça
Com um pouco de magia
Mais corda dei aos pedantes.

Foi numa curva apertada
Que tentei ultrapassagem
Recebeu primeiro encosto.
Ali mesmo abraçada
Para mim tirou roupagem
Tudo o mais ficou exposto.

Depois de muito correr
Fica a gente afogueada
Apetece descansar.
Na missão de socorrer
Lá se repete a fornada
Petiscando em seu pomar.

Estefânia representa
O mundo das muitas mais
Que apanhamos na corrida.
Sendo boa a ferramenta
Não precisa manuais
P’ra fazer sua investida

Mas hoje velho e cansado
Já não corro como dantes
Que a vida não tem segredos.
Deixei de ir ao mercado
Palpitações ofegantes
Perpassam pelos meus dedos.

terça-feira, 21 de julho de 2009

O Político e a Política

.

Os Cientistas trabalham no interesse de todos.
Os Políticos trabalham para o interesse de alguns.
Por isso os Cientistas não governam !

...disse João Tavares, no
nuycru.bloguepessoal.com

Para o interesse de todos
Cientista bem trabalha.
Politico fala a rodos,
Leva os votos da gentalha.

Cuidado, toma cuidado
C’o paleio do político.
Anda o povo descuidado
Com o esperto do Chico.

Politico que bem trabalha
Eu não conheço nenhum !
Com seus discursos baralha
Prometendo sempre algum.

Mas quem ganha é o dotado
Que sendo amigo de peito,
Com ele está combinado,
Tira vantagens a eito.

No repartir há ciência
Digo eu, é coisa minha.
Politico sem decência
Guarda bem a panelinha..

O povo do meu país
Tem cultura mediana
E vai dobrando a cerviz
A todo e qualquer sacana.

Assim sendo, que adianta
Aqui fazer a censura !
Pensam todos que é garganta,
Meu povo não tem cultura.

Mas um dia, a coisa estoura
Vai ser um “ver se te avias”
Pega o povo na vassoura
Põe de lado as cobardias.

E assim nas calhas da vida
Se faz a limpeza a esmo.
Só que no fim da mexida
“Virou disco e toca o mesmo.”

.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Nascimento de um sobrinho

.

Quem trabalha sempre alcança
Resultados no prazer.
Sua dama enche a pança
Vai menino conceber.

O tempo depressa passa
Indisposição passageira,
Que seu estado não maça
Quanto muito, dá canseira.

Seu corpo vai ser dif’rente
Deixa de ser elegante
P’ra ouvir dizer toda a gente,
“Seu estado é interessante.”

A mãe recebe miminhos
Que seu marido lhe dá.
Ouve dizer aos vizinhos,
“Seja perfeito… oxalá.”

Chega o dia da visita
Há tanto tempo ansiado
Fica a mãe muito aflita,
“Seja pois o Deus louvado”

Tarda que tarda a chegar
Quanto muito sem vontade.
Caso é p’ra admirar
Ter já personalidade.

Foi uma festa, senhores
Quando ele veio a terreiro
Foram tantos os louvores
Logo ali fez um berreiro.

Viva a família contente
Nesta hora bem feliz
Pena é que certa gente
Não possa ver o petiz.

Se parabéns eu vou dar
Aos pais deste amorzinho
A todos quero lembrar
Que me nasceu um sobrinho.

em 20-01-09

.

H I J A B *

.

Nos Champs Elisés sentado,
restaurante de primeira,
a moda passa a meu lado,
no pagar, vai-se a carteira.

Minha mesa dá p’ra rua
anda gente num vai vem.
Tenho a cabeça na Lua
de ver mamas, mais de cem.

Com tanta mama de fora
e tanta coxa à vista,
por certo não vou embora,
fico p’ra passar revista.

Tanta mulher descascada
e meus amigos ausentes !
Só p’ra ver, …não calha nada,
isto é demais p’ros meus dentes.

As mulheres, de decotadas
trazem as mamas de fora
enquanto as encapuçadas
o turismo trouxe agora.

Moças de idade muitas
e velhas arrebitadas,
passeiam suas vaidades
esquecendo estar passadas.

É grande a policromia
das gentes neste país.
Do Japão trazem mania
fazer compras em Paris.

Há gente de pé descalço
c’oas mais ricas, misturada
e se tais coisas realço,
fica a mente admirada.

Os negros, são quantidade
que o desemprego, é mato.
Se alguém corre na cidade,
logo altera o aparato.

A Polícia, está atenta
e normalmente não falha.
Se o ladrão é “arrebenta”
Corre a polícia na calha.

É tudo questão de tempo
quando passa a correria.
Chegou a ser passatempo
ver prendê-los nesse dia.

As senhoras muçulmanas,
umas ricas, outras pobres,
diferentes das Lusitanas
no lencinho que as cobre.

Desta vez era demais,
quantidade nunca vista,
em suas vestes normais
pouco ou nada feminista.

A maioria apressada
era gente de trabalho
emigrantes de jornada
regressando em seu atalho.

Mas as ricas, em turismo
as suas compras faziam
vestidas com formalismo
e o seu ouro luziam.

Era vê-las na procura
de algum bem precioso.
A carteira com fartura
tudo compra p’ra dar gozo.

Lojas sim, de qualidade
em eu passando ao lado
lá as via com vaidade
comprando do seu agrado.

Mas a maior da surpresa
passou-se num restaurante
comiam elas à mesa
mas sem tirar o turbante.

Com o véu posto na cara
Apenas seus olhos vejo .
P’ra comer, o véu separa
Perdoem, não é gracejo.

P’ra comer, o véu levanta
E à boca vai a comida.
Baixa o véu a sacripanta
E mastiga de fugida.

Distraído, a olhar fiquei
Fica a moça envergonhada.
Dei por ela e a deixei
P’ra comer mais sossegada.

Mas só de comer assim
Lá se me foi a vontade.
Vai daí eu dei por mim
a pensar nesta verdade.

Coitadas desta mulheres
Habituadas ao véu !
Religião que assim queres
Convencer que vão p’ro Céu.


* Hijab – lenço da cabeça
Véu


.

Será a Justiça estrábica

.

A cegueira da justiça
Tem a venda na mulher.
É tudo fogo de vista,
Abre o olho quando quer.

Justiça, pau de dois bicos
Neste meu verso silábico,
Na verdade põe salpicos
Que seu olhar é estrábico.

Aqui Del Rei, quem me acode
Dizia o povo de antanho.
Hoje em dia só quem pode
Tem justiça ao seu tamanho.

O dinheiro compra tudo
Seu dono tem, reverências.
Não importa o conteúdo,
Até compra as consciências.

João de Deus, o Poeta
Dizia isto, pasmai !
Numa demanda abjecta
É só dizer…, aí vai.

O meu amigo João,
Escritor e calculista,
À Justiça, pôs questão :
Mandou ela, ao oculista.

.

Olho vivo...é outra coisa

Cataratas, coisa pouca
Cuja visão atormenta
Que no ver é nevoeiro,
Torna gente quase louca
Que de forma violenta
Gasta logo seu dinheiro.

É um tal ver se te avias
Num corre corre a Espanha
À clínica Baviera,
Que em decisão poucos dias
Com gotas que olho banha
A Catarata… já era.

Nestas coisas eu me acanho
deixo aqui minha graçola
e coloquem seus antolhos.
No prazer está o ganho
Que aos clínicos consola
Ao operarem dois olhos.

Que importa pois comparar,
Se um certo amigo prudente
Operado noutras luas,
Se ufana pouco gastar !
E é de vê-lo de contente…
Contabiliza… já duas !

A medicina está cara
Está pelos olhos da morte
Que em todos nós ela poisa.
A cada um sua tara
O viver é uma sorte,
Olho vivo,… é outra coisa

.

A minha neta dorme...

A minha neta dorme e eu já dormi
sentado em meu carro enquanto aguardo.
A minha neta dorme e me sorri
sonhando com anjinhos e eu a guardo.

Todos já saíram do meu carro,
portão foi aberto e foi fechado.
Enquanto espero esse acordar, me agarro
revendo em mim, os sonhos do passado.

A sorte de na vida aqui chegar, eu tive
e se me tolda o olhar só por querer
para meus netos um futuro igual.

Sigam pois na vida, a sua lide
e saibam desfrutar do seu viver
sem o amparo deste, que é mortal.

.

A Gaita da Gaiteira



Da dita sons vi tirar
Em filme que recebi.
Foi um tal de admirar
Que de riso me perdi.


Toda a gaita é conhecida
Por instrumento de sopro
Tendo a forma de um canudo.

Por alguns apetecida,
Vão mandando o seu assopro
Sem dela terem estudo.

Não há festa sem festanças
Mas cuidado c’o desmando
Do bufar da sirigaita.

Normalmente são crianças
Que nelas tocam soprando
Por um dos lados da gaita.

Com sopros da parte baixa
Isto é coisa nunca vista
Em que nos mostra ser mestra.

Se outros mais, no corpo encaixa,
No porfiar, flautista,
Concertos faz, tipo orquestra.

Abrindo a boca de espanto
Ri o público admirado
Ao ouvir a melodia.

Todo o som tem seu encanto,
D’um instrumento molhado
Sai também a sinfonia.

Vendo bem, eu não vi nada
Que o tapado esconde e tapa
O que não está descoberto.

Só ouvi esta gaitada
Cujo som sai à socapa
Igualzinho ao d’um Roberto.

Carta do meu neto João


A Carta do meu Neto

A carta do meu neto

O meu neto tem dez anos,
Foi de férias, esteve fora.
C’oa saudade os desenganos
Tiveram seu bota-fora.

Vai daí, fez uma carta
Ao seu avô escreveu.
Tudo aquilo que descarta
Mostrou o quanto sofreu.

Saudade aqui é lembrança
Que o tempo despoletou
Na mente desta criança
Que seu avô recordou.

Daí o ficar contente
Por dele ser o herói.
Foi para mim um presente,
O muito amor,… se constrói.

Quem chora tem sentimentos
E em sendo ele a contar,
Aos outros, dá mais momentos
Para o poder valorar.

No abraço recebido
Encontrei o muito amar.
Podem crer e aqui o digo,
Me embaciou o olhar.

Um Neto sabe melhor,
Muitas vezes mais que um filho.
A paciência é maior,
Vida corre noutro trilho.

Ter um neto, é mais um bem
Que apetece desfrutar.
Eu penso nele também
É mais um ente p’ra amar.

O meu amor é estranho
É cheio de mil afectos.
É um amor tão tamanho
Que abarca filhos e netos.

16/07/2009

quarta-feira, 15 de julho de 2009

O que lá metem...

Só p'ra tipos da pesada,
este mail, vou enviar.
Vejam esta canzoada
com o seu rabo a mostrar.

E no cu, puseram elas
bichinhas de rabiar,
tudo posto com cautelas
não fossem rabo queimar.

Com tal fogo de artifício
se enviam Festas Felizes.
Cá p'ra mim é sacrifício
se no cu, cria raízes.



Cada dia, mais me espanto
muita coisa lá se mete.
Fazem do olho um encanto
festejam dois mil e sete.

Esta foto é mais brejeira
que o poeta, vosso mano.
Pôr tantos cus à maneira
lá na terra do Hermano.

Atentem bem nesta foto
aprimorada a questão,
será isto um terramotoou princípio de um vulcão.

Nós somos os 5 amigos

Nós somos os cinco amigos
Cuja amizade é antiga
Pois brincamos todos juntos.
Independente dos perigos,
connosco não há intriga
Versamos vários assuntos.

Em miúdos nós brincamos
Ao jogo das sameirinhas
E também jogo da bola.
A mocidade passamos
Tocando às campainhas
Desde os bancos da escola.

Crescemos, fomos unidos
Lá na nossa juventude
Enquanto pode durar.
Mais tarde, já divididos
Acabou a quietude
Veio o toque a destroçar.

Se a culpada foi a tropa,
Há quem fosse ao Ultramar
Embora cheio de medo.
Nos namoros, a cachopa,
Amigos veio apartar
E lá se foi o folguedo.

Foram-se os tempos passando
Um aqui, o outro lá,
Que o casar os dividiu.
Encontros,…de vez em quando
Quem sabe,…aqui, acolá
Pois um ou outro sumiu.

Quis o destino outra vez
Juntar o grupo dos cinco
Quarenta anos mais tarde.
Primeiro, encontros de mês,
Sempre feitos com afinco
Já que a amizade não arde.

Alterado p’ra semana
Foi esse dia escolhido,
Bem escolhido à maneira.
Damos asas nossa gana
Em vivermos o perdido
Em jantar à Quarta Feira.

Amigo é bem terrestre
Que preenche a nossa vida
Quer no dar ou receber.
É para nós como um mestre,
Tabuada incompreendida
Nesta escola do viver.

É num qualquer restaurante
Coma bem ou coma mal
Que se degusta o jantar.
Podem crer, emocionante,
Assim fica o nosso Astral
Postos nós a conversar


À noite vamos andando
Damos passeios a pé
Que o caminho é arbitrário.
Foi assim que caminhando
Na procura de um café
Chegamos ao Literário.

É este um clube aberto
Com leitura de poemas
Desde os tempos de Homero.
Tem lá poetas por perto
Que recitam certos temas
Sendo um deles o Anthero.

De Vagar, se vai ao longe

Muitos há que na fumaça
Não têm caça p’ra matar.
Quem porfia mata caça
Que aos outros pode mostrar.

Nestas coisas de esperteza
Há muito homem letrado
Pavoneando braveza
Quando fica acomodado.

Grão a grão diz o ditado
Enche o seu papo a galinha.
Qualquer grão só é achado
No trabalho em toda a linha.

Já o Cristóvão dizia
Quando deu o lamiré,
Que todo e qualquer podia,
Quando pôs um ovo em pé.

Com trabalho e persistência
se desbrava o mau caminho.
Com pozinhos de prudência
E sem medo do lobinho.

Meus parabéns venho dar
Ao Vítor pelo trabalho,
De no Continente entrar…
“grande empresa de retalho”.

A 3ª IDADE

Envelhecer, vale a pena
quando a saúde acompanha.
Nossa vida é mais serena,
A muita idade é façanha.

O gostar de ser idoso
Já no ocaso da vida,
Se para uns dá um gozo,
Sabe a outros, despedida.

No tempo que cá passamos
Nosso corpo envelhece,
A nossa imagem mudamos
E muita coisa acontece.

Os cabelos brancos ficam,
De brilhantes perdem cor.
Quando as doenças atacam
Não passa um dia sem dor.

Vai crescendo a barriguinha
Tornam-se os músculos flácidos.
Perde-se a força que tinha
Mais azia vem dos ácidos.

As rugas mudam imagem
Que a nossa pele confirma.
Alguns perdem a pelagem
Que na calvície se afirma.

Nossa imagem no espelho
Connosco convive mal.
Todo aquele que é mais velho
Vai cumprindo o ritual.

Outros há, tiram partido
De certas mulheres gaiteiras
Que em vendo o tempo perdido
Fácil perdem estribeiras !

Mais idade também dá
A muitos um certo gozo,
Quando a mulher diz de lá.
-Tu tens um charme formoso.

E assim seguimos na vida
Devagar, devagarinho.
Outros foram de partida
Já não estão, neste caminho.

É desses que sinto pena
Por não os ter a meu lado.
Quis esta vida serena
Que fossem hoje passado.


quinta-feira, 9 de julho de 2009

Carro torcido, ... na estrada



Acidente numa estrada
n'outro dia aconteceu.
Tal foi a sapatada,
que até o carro torceu.


Era um carro reluzente
que ia p'ra todo o lado.
Teve morte de repente
acabou, sendo dobrado.

Amigos meus, tendes carro
estimado até mais não?
Olhem bem p'ra este escarro
fruto duma colisão !


Ao volante e com cuidado
guiem sempre com cautela.
Podem ir a todo o lado
mesmo sendo escapadela.

É ver o monte de ferros
em que acabou a noitada,
antecedida de berros
que não serviram de nada.


Em notícia é o primeiro
a chamar-nos a atenção
e já que ele foi coveiro,
acabou mal a missão.

"ESTÓRIA" de uma erecção.

Feita após noticia:
Um rapaz de 23 anos, resolveu tomar umas
bebidas energéticas com Viagra, antes do
1º encontro com uma amiga boazona.
Resultado :
« 6 Dias de erecção antes de ir ao Hospital.»


Esta é a estória bem triste
Dum pobre moço coitado !
Queria ter o pau em riste…
Pode acabar mutilado.

Nas andanças do amor
Estórias que correm mundo,
A cana só tem valor
Quando a pesca vai ao fundo.

Com vinte e três anos feitos
Amigo da passarinha,
Era um moço sem defeitos,
Trabalhou enquanto a tinha.

Mas um dia, há sempre um dia
Encontra a moça ideal
E foi tão grande a alegria,
Pensou logo em bacanal.

Homens que fazem conquistas
P’ra ser donos da mulher,
São os falsos moralistas
Que enganam uma qualquer.

Vai daí, marca uma tarde
Sozinho na casa dela.
Sua cabeça até arde,
…Mas que bela escapadela.

No caso que ouvi contar
Era boa de verdade !
Mas teve medo em falhar
Na sua virilidade .

P’ra mostrar sua bravura
Resolveu antes de ir,
Em copo juntar mistura
Fabricando um elixir.

Era uma moça tão boa
Mais parecia um monumento.
Deu-lhe ali a macacoa
Em prolongar o momento .

Vai-se a ela, põe-na a jeito,
Foi um tal de trabalhar !
Cockteil, fez-lhe efeito
Não parava a pedalar.

O tempo a correr passou
E finda a fornicação,
O rapaz se assustou,
Não mingava a erecção !

P’ra casa foi descansar,
Do azar guardou mutismo.
Com seis dias sem passar,
Forte foi o “priapismo”

Confuso e assustado
Com resultado final,
Acabou sendo levado
Direitinho ao Hospital.

Faz tempo, que após a pina
se a dita tu não enrugas,
Nessa altura a medicina
Colocava sanguessugas.

Mandam o tipo de volta,
em casa dorme soneca.
Se a coisa deu viravolta
por certo dera-lhe a breca.

Meu conselho, nesta estória,
Não bebas daquele suco.
Perdes a ejaculatória,
Quem sabe, … ficas eunuco.

" V I A G R A "


O Viagra veio dar
Novo alento à velha idade.
Todo o velho o quer tomar
Na procura … mocidade.



Pantufas, p’ra que vos quero
Se a força volta a morar!
Com uns pozinhos tempero,
Posso de novo lutar!



Mas quem quiser mastigar
A pastilha a digerir,
Para cumprir, seu dever,


Antecipa o irrigar,
Facilita o expelir,
Mais cedo chega o prazer.



Ó tempo, ...volta para trás ...


Dedicado os "velhotes" do meu tempo !



Outros tempos quem mos dera
poder voltar num momento.
São saudades dessa era
mas não são nenhum lamento.



Se escolher fosse possível
ficaria eu sem saber
se depois não era horrível
o voltar a desfazer !



Mas voltando à questão
de ao passado regressar,
toda e qualquer função
igual era ao repassar.


Cada coisa no seu tempo
tempo tem p'ra ser composta
pois que todo o contratempo
advém de coisa oposta.



Acabemos com tal cisma
vamos os sonhos conter.
Voltar atrás é sofisma
de quem não soube viver.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

PORTUGAL ... ao que chegaste !!!

Ao receber fotos do Portugal rural,
inclui estes versos ao reenviá-las
aos meus amigos.


Portugal que nos espera,
daquilo que foi um dia,
encontrareis nestas fotos.
Nós estamos noutra era,
a findar a romaria
mas de Fátima devotos.



Milagres, espera o Povo
que o Pê Esse lhe faça,
que o prometido é devido!
Vai daí, vota de novo,
acredita na trapaça
e acaba sempre comido.


Nosso país vai voltar
a ser como antigamente
da Europa o mais pobre.
Já ninguém quer trabalhar,
estragaram a semente
nosso povo virou nobre.


Estamos todos tramados
numa feira de vaidades
vivendo com fantasias.
Analfabetos letrados,
nas Novas Oportunidades,
vai ser um ver se te avias.


Vira o disco, toca o mesmo,
esfrega as mãos de contente
político no seu poleiro.
Benesses vai dando a esmo
garantindo enquanto mente,
que por cá,… tudo porreiro !


Ah!, juventude perdida,
que vai ser do teu futuro
neste país estragado ?
Sendo assim, não há saída
podes crer e te asseguro,
só corridos a cajado !


Se tiver saúde e sorte
p’ra viver uns anos mais,
fico contente e feliz.
Sem querer perder o norte
versos meus não são demais,
não vou baixar a cerviz.


Contem comigo portanto
para zurzir no sistema
com muita perseverança.
A minha mão eu levanto,
espero nunca me trema,
enquanto houver esperança.




As estrelas da minha infancia


Foi com surpresa que vi
As estrelas do meu tempo.
Pena foi, só antevi,
Ser aquele o seu momento.



Eu recordo uma revista
Semanalmente comprada
Com poster de muita artista
Que na parede colava.


As fotos não tinham cor
Mas que importava na altura !
P’ra mim todas, um amor
Cuja saudade perdura.



Tinha a parede colada
Só de fotos, mais de vinte.
Uma ou outra mais amada
Qualquer delas, um requinte.


Mais tarde, namorador
Fiz limpeza na parede.
Acabou-se um certo ardor,
Lá se foi a minha sede.



Minha mãe ficou contente
Na parede pôs papel.
Ficou o quarto decente
E acabou-se o bordel.



Muitos anos se passaram
Nunca mais nisso pensei.
fotos dessas me mandaram
E a recordar, … acabei.



Nestas fotos eu revejo
A lembrança dum passado.
Mas estas moças que eu vejo,
Já não são do meu agrado.



Uma tristeza me invade
P’lo tempo que já passou.
Que importa seja a saudade
Da vida que se afastou.



Quanto muito são velhinhas
Se vivas elas estão.
Outrora foram rainhas
Jazem hoje num caixão.



Eu também envelheci
E a todos calha morrer.
Ter vivido o que vivi,
Esta vida percorrer.


A morte algum medo mete
Só de pensar que perdemos
Tudo quanto à Internete
Certo futuro antevemos.



Nossos netos vão gozar
Das invenções que antevejo.
Tenho pena não estar,
Esse futuro, … eu invejo.



Quem andou não tem p’ra andar
Diz o povo em seu ditado.
Se o presente é p’ra gozar
Esqueçamos nosso fado.


E uma alegria me invade
De saber que vivo estou.
Que importa seja vaidade
Se em poesia me dou !



E no prazer de escrever
Estas quadrinhas singelas,
Rejuvenesço a meu ver,

Fico mais novo que elas.



O Universo


Tanta guerra, tanta merda
na vaidade que se arrota !
Universo que se herda
seguiu sempre a sua rota !



Conflitos no dia a dia
são pão nosso, deste lado,
vivendo na ninharia
planeta comparado.


O mundo, que é nosso mundo
p'ra alguns é, a sua casa.
Meu pensamento profundo
voa além, bateu a asa.



Só de ver, fico a pensar,
Universo, que és tão vasto,
de alguém podes ser o lar,
quanto a mim, perdi o rasto.


Tanta coisa descoberta
o conhecimento nos abre.
Nossa ideia inda é incerta
na procura da verdade.


É um segredo escondido
que se procura encontrar.
Ai pensamento perdido
que dá muito que pensar.



Minha mente fica aquém
de outras mentes mais famosas
que inventaram esse Além
por vias religiosas.



O Universo é tão grande
e cada dia que passa,
o seu tamanho se expande,
não sou eu quem o devassa.



Com a modéstia me fico
e no pensar, sou agastado.
Sendo eu um maçarico
vale mais... ficar parado.

SANTOS da porta, não fazem milagres

A propósito de um cheque das Finanças,

retorno do I.R.S., no valor de 0,01 €uros !



Tanta merda e tanta guerra
Às Finanças acometida.
Ouço o povo que só berra,
São Impostos em subida.



Mas se a coisa estava feia
Porque não reclamar ?
P’ra fazer um pé de meia
Um cheque veio a calhar.



Foi grande a satisfação
Em casa do senhor Santos
Ao lhe entregarem em mão
O cheque dos seus encantos.


-Este ano eu vou de férias,
Vou jantar em restaurantes!
Mas afinal eram lérias
Ficou tudo como dantes.



As Finanças, desconcertam
Tanto pedem como dão.
Se alguns o cinto apertam
A outros mandam tostão.



Neste caso, brada ao Céu
Que esta dita cambada
Fizesse tanto escarcéu
Ao mandá-la REGISTADA.



Ficou mais caro o correio
Que o valor a receber !
Eu pergunto porque veio,
Se não dá para entender !



No reino do Brutamontes
Há dispêndio de milhões.
Os Registos são aos montes
Para entregas de tostões.



Pago eu e pagas tu
Impostos no dia a dia.
Só me falta é andar nu
P’ra pagar rebaldaria !

Reforma aos 70 anos ?

A reforma a todos custa
pois representa a velhice
e quando ela não é justa
já não dá p'ra uma estroinice.

Nestas coisas de reforma
custa muito ser doutor.
Há que cumprir com a norma
e deixar de ser censor.

Reformados aos setenta
a muitos vai dar azia.
É questão de morte lenta,
perdem cinco, de folia.

Trabalhar quarenta anos
é um esforço inaudito
que a todos nós deixa danos
mas tem sido o requisito.

Agora juntem mais cinco
e vejam o que pode dar.
Nestas coisas eu não brinco
vai muita gente estourar.

Outros há, que mais felizes
já se encontram reformados.
Para eles não há crise
se ganham dois ordenados.

Ao ver jovens sem trabalho
faço perguntas a mim.
Será que encontram atalho ?
Será que chegam ao fim ?

E os drogados, senhores ?
Vão viver na indigência ?
No meu País de Doutores
faz-nos falta a competência.

Neste País adiado,
sobrevive, só quem pode !
Se p’ra muitos isto é fado
é porque ninguém lhes acode.

Há que talhar a direito,
acabar com a pantomina.
Vamos todos fazer peito
ou é nossa a triste sina ?

Divagações


Minha morte anunciada

Está no gene da família.

Quem vê curta a Alvorada

Jamais verá a homília.


Com sorte tenho dez anos,

Talvez mais para viver.

Nesta vida desenganos

Cumprem nosso padecer.


Mas quando olho em frente

Mais tempo quero viver.

Sinto ganas no presente

Tanta coisa p’ra fazer!


Me esqueço olhar p’ra trás

E agradecer o passado.

Se o que vivi me apraz,

Devo dizer, obrigado.


Aos bons amigos que tenho

Suas críticas agradeço.

Deles recebi o empenho

Que por certo não mereço.


A mulher é um suporte,

Gosto dela com amor

Pois me indica sempre o Norte

Tendo a vida mais sabor.


Filhos tenho, amigos meus

Com rumo certo na vida.

Já sigo conselhos seus,

Muito mudou minha lida.


Um neto e duas netas

À casa dão alegria.

Atingidas minhas metas,

Sou feliz, ganhei meu dia.


Lucubrações na velhice



Lucubrações só as tem

Todo aquele que está vivo,

E raciocina tão bem

Que ao pensamento dá asas.

Melhor fora se usa crivo

E faz chama, tendo brasas.


Por vezes vem a tristeza

Se a solidão nos invade

Em pensando na incerteza

Que o amanhã nos espera

E ao recordar com saudade

O passado que já era.


Com trabalho construí

Um império pequenino

E tudo o mais esqueci

Distraído em meu labor,

Nos acordes desse hino

Em me julgando o melhor!


Construí uma família

De quem gosto e sou amado

E onde qualquer quezília

Mulher, filhos e netos

Todos juntos do meu lado

Me ajudam com seus afectos.


Meu castelo é defendido

Por família e por amigos,

Os poucos com quem eu lido

Que são amigos de peito

Com críticas que não são figos

Contundentes e a eito.


O viver nos tempos de hoje

No tempo das descobertas

Em que o futuro nos foge

E está presente a saudade,

Recordações tão abertas

Dão tristeza de verdade.


Sinto ganas em lutar

Se a tristeza está ausente

E meu mundo é um lugar

Com stress e ambições.

Transformado em valente

A tudo dou soluções.


A morte só é saudade

Se naqueles que cá ficam

Há lembrança e amizade.

Quanto muito, nós lembrados

Quando os sinos replicam,

Ou numa ou outra verdade.


Se o recordar é viver

Saudades dos tempos idos,

Todo aquele que morrer,

Que a morte nos leva a eito

Em ficando cá doridos,

Vai o morto satisfeito.


Quanto aqueles que invejosos

Nos dão facadas nas costas

Pensando ser poderosos,

Podem crer que arrebito.

Façam pois suas apostas…

Lhes deixo eu meu manguito.


05.07.2009