segunda-feira, 20 de julho de 2009

H I J A B *

.

Nos Champs Elisés sentado,
restaurante de primeira,
a moda passa a meu lado,
no pagar, vai-se a carteira.

Minha mesa dá p’ra rua
anda gente num vai vem.
Tenho a cabeça na Lua
de ver mamas, mais de cem.

Com tanta mama de fora
e tanta coxa à vista,
por certo não vou embora,
fico p’ra passar revista.

Tanta mulher descascada
e meus amigos ausentes !
Só p’ra ver, …não calha nada,
isto é demais p’ros meus dentes.

As mulheres, de decotadas
trazem as mamas de fora
enquanto as encapuçadas
o turismo trouxe agora.

Moças de idade muitas
e velhas arrebitadas,
passeiam suas vaidades
esquecendo estar passadas.

É grande a policromia
das gentes neste país.
Do Japão trazem mania
fazer compras em Paris.

Há gente de pé descalço
c’oas mais ricas, misturada
e se tais coisas realço,
fica a mente admirada.

Os negros, são quantidade
que o desemprego, é mato.
Se alguém corre na cidade,
logo altera o aparato.

A Polícia, está atenta
e normalmente não falha.
Se o ladrão é “arrebenta”
Corre a polícia na calha.

É tudo questão de tempo
quando passa a correria.
Chegou a ser passatempo
ver prendê-los nesse dia.

As senhoras muçulmanas,
umas ricas, outras pobres,
diferentes das Lusitanas
no lencinho que as cobre.

Desta vez era demais,
quantidade nunca vista,
em suas vestes normais
pouco ou nada feminista.

A maioria apressada
era gente de trabalho
emigrantes de jornada
regressando em seu atalho.

Mas as ricas, em turismo
as suas compras faziam
vestidas com formalismo
e o seu ouro luziam.

Era vê-las na procura
de algum bem precioso.
A carteira com fartura
tudo compra p’ra dar gozo.

Lojas sim, de qualidade
em eu passando ao lado
lá as via com vaidade
comprando do seu agrado.

Mas a maior da surpresa
passou-se num restaurante
comiam elas à mesa
mas sem tirar o turbante.

Com o véu posto na cara
Apenas seus olhos vejo .
P’ra comer, o véu separa
Perdoem, não é gracejo.

P’ra comer, o véu levanta
E à boca vai a comida.
Baixa o véu a sacripanta
E mastiga de fugida.

Distraído, a olhar fiquei
Fica a moça envergonhada.
Dei por ela e a deixei
P’ra comer mais sossegada.

Mas só de comer assim
Lá se me foi a vontade.
Vai daí eu dei por mim
a pensar nesta verdade.

Coitadas desta mulheres
Habituadas ao véu !
Religião que assim queres
Convencer que vão p’ro Céu.


* Hijab – lenço da cabeça
Véu


.

Sem comentários: