terça-feira, 21 de julho de 2009

O Político e a Política

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Os Cientistas trabalham no interesse de todos.
Os Políticos trabalham para o interesse de alguns.
Por isso os Cientistas não governam !

...disse João Tavares, no
nuycru.bloguepessoal.com

Para o interesse de todos
Cientista bem trabalha.
Politico fala a rodos,
Leva os votos da gentalha.

Cuidado, toma cuidado
C’o paleio do político.
Anda o povo descuidado
Com o esperto do Chico.

Politico que bem trabalha
Eu não conheço nenhum !
Com seus discursos baralha
Prometendo sempre algum.

Mas quem ganha é o dotado
Que sendo amigo de peito,
Com ele está combinado,
Tira vantagens a eito.

No repartir há ciência
Digo eu, é coisa minha.
Politico sem decência
Guarda bem a panelinha..

O povo do meu país
Tem cultura mediana
E vai dobrando a cerviz
A todo e qualquer sacana.

Assim sendo, que adianta
Aqui fazer a censura !
Pensam todos que é garganta,
Meu povo não tem cultura.

Mas um dia, a coisa estoura
Vai ser um “ver se te avias”
Pega o povo na vassoura
Põe de lado as cobardias.

E assim nas calhas da vida
Se faz a limpeza a esmo.
Só que no fim da mexida
“Virou disco e toca o mesmo.”

.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Nascimento de um sobrinho

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Quem trabalha sempre alcança
Resultados no prazer.
Sua dama enche a pança
Vai menino conceber.

O tempo depressa passa
Indisposição passageira,
Que seu estado não maça
Quanto muito, dá canseira.

Seu corpo vai ser dif’rente
Deixa de ser elegante
P’ra ouvir dizer toda a gente,
“Seu estado é interessante.”

A mãe recebe miminhos
Que seu marido lhe dá.
Ouve dizer aos vizinhos,
“Seja perfeito… oxalá.”

Chega o dia da visita
Há tanto tempo ansiado
Fica a mãe muito aflita,
“Seja pois o Deus louvado”

Tarda que tarda a chegar
Quanto muito sem vontade.
Caso é p’ra admirar
Ter já personalidade.

Foi uma festa, senhores
Quando ele veio a terreiro
Foram tantos os louvores
Logo ali fez um berreiro.

Viva a família contente
Nesta hora bem feliz
Pena é que certa gente
Não possa ver o petiz.

Se parabéns eu vou dar
Aos pais deste amorzinho
A todos quero lembrar
Que me nasceu um sobrinho.

em 20-01-09

.

H I J A B *

.

Nos Champs Elisés sentado,
restaurante de primeira,
a moda passa a meu lado,
no pagar, vai-se a carteira.

Minha mesa dá p’ra rua
anda gente num vai vem.
Tenho a cabeça na Lua
de ver mamas, mais de cem.

Com tanta mama de fora
e tanta coxa à vista,
por certo não vou embora,
fico p’ra passar revista.

Tanta mulher descascada
e meus amigos ausentes !
Só p’ra ver, …não calha nada,
isto é demais p’ros meus dentes.

As mulheres, de decotadas
trazem as mamas de fora
enquanto as encapuçadas
o turismo trouxe agora.

Moças de idade muitas
e velhas arrebitadas,
passeiam suas vaidades
esquecendo estar passadas.

É grande a policromia
das gentes neste país.
Do Japão trazem mania
fazer compras em Paris.

Há gente de pé descalço
c’oas mais ricas, misturada
e se tais coisas realço,
fica a mente admirada.

Os negros, são quantidade
que o desemprego, é mato.
Se alguém corre na cidade,
logo altera o aparato.

A Polícia, está atenta
e normalmente não falha.
Se o ladrão é “arrebenta”
Corre a polícia na calha.

É tudo questão de tempo
quando passa a correria.
Chegou a ser passatempo
ver prendê-los nesse dia.

As senhoras muçulmanas,
umas ricas, outras pobres,
diferentes das Lusitanas
no lencinho que as cobre.

Desta vez era demais,
quantidade nunca vista,
em suas vestes normais
pouco ou nada feminista.

A maioria apressada
era gente de trabalho
emigrantes de jornada
regressando em seu atalho.

Mas as ricas, em turismo
as suas compras faziam
vestidas com formalismo
e o seu ouro luziam.

Era vê-las na procura
de algum bem precioso.
A carteira com fartura
tudo compra p’ra dar gozo.

Lojas sim, de qualidade
em eu passando ao lado
lá as via com vaidade
comprando do seu agrado.

Mas a maior da surpresa
passou-se num restaurante
comiam elas à mesa
mas sem tirar o turbante.

Com o véu posto na cara
Apenas seus olhos vejo .
P’ra comer, o véu separa
Perdoem, não é gracejo.

P’ra comer, o véu levanta
E à boca vai a comida.
Baixa o véu a sacripanta
E mastiga de fugida.

Distraído, a olhar fiquei
Fica a moça envergonhada.
Dei por ela e a deixei
P’ra comer mais sossegada.

Mas só de comer assim
Lá se me foi a vontade.
Vai daí eu dei por mim
a pensar nesta verdade.

Coitadas desta mulheres
Habituadas ao véu !
Religião que assim queres
Convencer que vão p’ro Céu.


* Hijab – lenço da cabeça
Véu


.

Será a Justiça estrábica

.

A cegueira da justiça
Tem a venda na mulher.
É tudo fogo de vista,
Abre o olho quando quer.

Justiça, pau de dois bicos
Neste meu verso silábico,
Na verdade põe salpicos
Que seu olhar é estrábico.

Aqui Del Rei, quem me acode
Dizia o povo de antanho.
Hoje em dia só quem pode
Tem justiça ao seu tamanho.

O dinheiro compra tudo
Seu dono tem, reverências.
Não importa o conteúdo,
Até compra as consciências.

João de Deus, o Poeta
Dizia isto, pasmai !
Numa demanda abjecta
É só dizer…, aí vai.

O meu amigo João,
Escritor e calculista,
À Justiça, pôs questão :
Mandou ela, ao oculista.

.

Olho vivo...é outra coisa

Cataratas, coisa pouca
Cuja visão atormenta
Que no ver é nevoeiro,
Torna gente quase louca
Que de forma violenta
Gasta logo seu dinheiro.

É um tal ver se te avias
Num corre corre a Espanha
À clínica Baviera,
Que em decisão poucos dias
Com gotas que olho banha
A Catarata… já era.

Nestas coisas eu me acanho
deixo aqui minha graçola
e coloquem seus antolhos.
No prazer está o ganho
Que aos clínicos consola
Ao operarem dois olhos.

Que importa pois comparar,
Se um certo amigo prudente
Operado noutras luas,
Se ufana pouco gastar !
E é de vê-lo de contente…
Contabiliza… já duas !

A medicina está cara
Está pelos olhos da morte
Que em todos nós ela poisa.
A cada um sua tara
O viver é uma sorte,
Olho vivo,… é outra coisa

.

A minha neta dorme...

A minha neta dorme e eu já dormi
sentado em meu carro enquanto aguardo.
A minha neta dorme e me sorri
sonhando com anjinhos e eu a guardo.

Todos já saíram do meu carro,
portão foi aberto e foi fechado.
Enquanto espero esse acordar, me agarro
revendo em mim, os sonhos do passado.

A sorte de na vida aqui chegar, eu tive
e se me tolda o olhar só por querer
para meus netos um futuro igual.

Sigam pois na vida, a sua lide
e saibam desfrutar do seu viver
sem o amparo deste, que é mortal.

.

A Gaita da Gaiteira



Da dita sons vi tirar
Em filme que recebi.
Foi um tal de admirar
Que de riso me perdi.


Toda a gaita é conhecida
Por instrumento de sopro
Tendo a forma de um canudo.

Por alguns apetecida,
Vão mandando o seu assopro
Sem dela terem estudo.

Não há festa sem festanças
Mas cuidado c’o desmando
Do bufar da sirigaita.

Normalmente são crianças
Que nelas tocam soprando
Por um dos lados da gaita.

Com sopros da parte baixa
Isto é coisa nunca vista
Em que nos mostra ser mestra.

Se outros mais, no corpo encaixa,
No porfiar, flautista,
Concertos faz, tipo orquestra.

Abrindo a boca de espanto
Ri o público admirado
Ao ouvir a melodia.

Todo o som tem seu encanto,
D’um instrumento molhado
Sai também a sinfonia.

Vendo bem, eu não vi nada
Que o tapado esconde e tapa
O que não está descoberto.

Só ouvi esta gaitada
Cujo som sai à socapa
Igualzinho ao d’um Roberto.

Carta do meu neto João


A Carta do meu Neto

A carta do meu neto

O meu neto tem dez anos,
Foi de férias, esteve fora.
C’oa saudade os desenganos
Tiveram seu bota-fora.

Vai daí, fez uma carta
Ao seu avô escreveu.
Tudo aquilo que descarta
Mostrou o quanto sofreu.

Saudade aqui é lembrança
Que o tempo despoletou
Na mente desta criança
Que seu avô recordou.

Daí o ficar contente
Por dele ser o herói.
Foi para mim um presente,
O muito amor,… se constrói.

Quem chora tem sentimentos
E em sendo ele a contar,
Aos outros, dá mais momentos
Para o poder valorar.

No abraço recebido
Encontrei o muito amar.
Podem crer e aqui o digo,
Me embaciou o olhar.

Um Neto sabe melhor,
Muitas vezes mais que um filho.
A paciência é maior,
Vida corre noutro trilho.

Ter um neto, é mais um bem
Que apetece desfrutar.
Eu penso nele também
É mais um ente p’ra amar.

O meu amor é estranho
É cheio de mil afectos.
É um amor tão tamanho
Que abarca filhos e netos.

16/07/2009

quarta-feira, 15 de julho de 2009

O que lá metem...

Só p'ra tipos da pesada,
este mail, vou enviar.
Vejam esta canzoada
com o seu rabo a mostrar.

E no cu, puseram elas
bichinhas de rabiar,
tudo posto com cautelas
não fossem rabo queimar.

Com tal fogo de artifício
se enviam Festas Felizes.
Cá p'ra mim é sacrifício
se no cu, cria raízes.



Cada dia, mais me espanto
muita coisa lá se mete.
Fazem do olho um encanto
festejam dois mil e sete.

Esta foto é mais brejeira
que o poeta, vosso mano.
Pôr tantos cus à maneira
lá na terra do Hermano.

Atentem bem nesta foto
aprimorada a questão,
será isto um terramotoou princípio de um vulcão.

Nós somos os 5 amigos

Nós somos os cinco amigos
Cuja amizade é antiga
Pois brincamos todos juntos.
Independente dos perigos,
connosco não há intriga
Versamos vários assuntos.

Em miúdos nós brincamos
Ao jogo das sameirinhas
E também jogo da bola.
A mocidade passamos
Tocando às campainhas
Desde os bancos da escola.

Crescemos, fomos unidos
Lá na nossa juventude
Enquanto pode durar.
Mais tarde, já divididos
Acabou a quietude
Veio o toque a destroçar.

Se a culpada foi a tropa,
Há quem fosse ao Ultramar
Embora cheio de medo.
Nos namoros, a cachopa,
Amigos veio apartar
E lá se foi o folguedo.

Foram-se os tempos passando
Um aqui, o outro lá,
Que o casar os dividiu.
Encontros,…de vez em quando
Quem sabe,…aqui, acolá
Pois um ou outro sumiu.

Quis o destino outra vez
Juntar o grupo dos cinco
Quarenta anos mais tarde.
Primeiro, encontros de mês,
Sempre feitos com afinco
Já que a amizade não arde.

Alterado p’ra semana
Foi esse dia escolhido,
Bem escolhido à maneira.
Damos asas nossa gana
Em vivermos o perdido
Em jantar à Quarta Feira.

Amigo é bem terrestre
Que preenche a nossa vida
Quer no dar ou receber.
É para nós como um mestre,
Tabuada incompreendida
Nesta escola do viver.

É num qualquer restaurante
Coma bem ou coma mal
Que se degusta o jantar.
Podem crer, emocionante,
Assim fica o nosso Astral
Postos nós a conversar


À noite vamos andando
Damos passeios a pé
Que o caminho é arbitrário.
Foi assim que caminhando
Na procura de um café
Chegamos ao Literário.

É este um clube aberto
Com leitura de poemas
Desde os tempos de Homero.
Tem lá poetas por perto
Que recitam certos temas
Sendo um deles o Anthero.

De Vagar, se vai ao longe

Muitos há que na fumaça
Não têm caça p’ra matar.
Quem porfia mata caça
Que aos outros pode mostrar.

Nestas coisas de esperteza
Há muito homem letrado
Pavoneando braveza
Quando fica acomodado.

Grão a grão diz o ditado
Enche o seu papo a galinha.
Qualquer grão só é achado
No trabalho em toda a linha.

Já o Cristóvão dizia
Quando deu o lamiré,
Que todo e qualquer podia,
Quando pôs um ovo em pé.

Com trabalho e persistência
se desbrava o mau caminho.
Com pozinhos de prudência
E sem medo do lobinho.

Meus parabéns venho dar
Ao Vítor pelo trabalho,
De no Continente entrar…
“grande empresa de retalho”.

A 3ª IDADE

Envelhecer, vale a pena
quando a saúde acompanha.
Nossa vida é mais serena,
A muita idade é façanha.

O gostar de ser idoso
Já no ocaso da vida,
Se para uns dá um gozo,
Sabe a outros, despedida.

No tempo que cá passamos
Nosso corpo envelhece,
A nossa imagem mudamos
E muita coisa acontece.

Os cabelos brancos ficam,
De brilhantes perdem cor.
Quando as doenças atacam
Não passa um dia sem dor.

Vai crescendo a barriguinha
Tornam-se os músculos flácidos.
Perde-se a força que tinha
Mais azia vem dos ácidos.

As rugas mudam imagem
Que a nossa pele confirma.
Alguns perdem a pelagem
Que na calvície se afirma.

Nossa imagem no espelho
Connosco convive mal.
Todo aquele que é mais velho
Vai cumprindo o ritual.

Outros há, tiram partido
De certas mulheres gaiteiras
Que em vendo o tempo perdido
Fácil perdem estribeiras !

Mais idade também dá
A muitos um certo gozo,
Quando a mulher diz de lá.
-Tu tens um charme formoso.

E assim seguimos na vida
Devagar, devagarinho.
Outros foram de partida
Já não estão, neste caminho.

É desses que sinto pena
Por não os ter a meu lado.
Quis esta vida serena
Que fossem hoje passado.


quinta-feira, 9 de julho de 2009

Carro torcido, ... na estrada



Acidente numa estrada
n'outro dia aconteceu.
Tal foi a sapatada,
que até o carro torceu.


Era um carro reluzente
que ia p'ra todo o lado.
Teve morte de repente
acabou, sendo dobrado.

Amigos meus, tendes carro
estimado até mais não?
Olhem bem p'ra este escarro
fruto duma colisão !


Ao volante e com cuidado
guiem sempre com cautela.
Podem ir a todo o lado
mesmo sendo escapadela.

É ver o monte de ferros
em que acabou a noitada,
antecedida de berros
que não serviram de nada.


Em notícia é o primeiro
a chamar-nos a atenção
e já que ele foi coveiro,
acabou mal a missão.

"ESTÓRIA" de uma erecção.

Feita após noticia:
Um rapaz de 23 anos, resolveu tomar umas
bebidas energéticas com Viagra, antes do
1º encontro com uma amiga boazona.
Resultado :
« 6 Dias de erecção antes de ir ao Hospital.»


Esta é a estória bem triste
Dum pobre moço coitado !
Queria ter o pau em riste…
Pode acabar mutilado.

Nas andanças do amor
Estórias que correm mundo,
A cana só tem valor
Quando a pesca vai ao fundo.

Com vinte e três anos feitos
Amigo da passarinha,
Era um moço sem defeitos,
Trabalhou enquanto a tinha.

Mas um dia, há sempre um dia
Encontra a moça ideal
E foi tão grande a alegria,
Pensou logo em bacanal.

Homens que fazem conquistas
P’ra ser donos da mulher,
São os falsos moralistas
Que enganam uma qualquer.

Vai daí, marca uma tarde
Sozinho na casa dela.
Sua cabeça até arde,
…Mas que bela escapadela.

No caso que ouvi contar
Era boa de verdade !
Mas teve medo em falhar
Na sua virilidade .

P’ra mostrar sua bravura
Resolveu antes de ir,
Em copo juntar mistura
Fabricando um elixir.

Era uma moça tão boa
Mais parecia um monumento.
Deu-lhe ali a macacoa
Em prolongar o momento .

Vai-se a ela, põe-na a jeito,
Foi um tal de trabalhar !
Cockteil, fez-lhe efeito
Não parava a pedalar.

O tempo a correr passou
E finda a fornicação,
O rapaz se assustou,
Não mingava a erecção !

P’ra casa foi descansar,
Do azar guardou mutismo.
Com seis dias sem passar,
Forte foi o “priapismo”

Confuso e assustado
Com resultado final,
Acabou sendo levado
Direitinho ao Hospital.

Faz tempo, que após a pina
se a dita tu não enrugas,
Nessa altura a medicina
Colocava sanguessugas.

Mandam o tipo de volta,
em casa dorme soneca.
Se a coisa deu viravolta
por certo dera-lhe a breca.

Meu conselho, nesta estória,
Não bebas daquele suco.
Perdes a ejaculatória,
Quem sabe, … ficas eunuco.

" V I A G R A "


O Viagra veio dar
Novo alento à velha idade.
Todo o velho o quer tomar
Na procura … mocidade.



Pantufas, p’ra que vos quero
Se a força volta a morar!
Com uns pozinhos tempero,
Posso de novo lutar!



Mas quem quiser mastigar
A pastilha a digerir,
Para cumprir, seu dever,


Antecipa o irrigar,
Facilita o expelir,
Mais cedo chega o prazer.



Ó tempo, ...volta para trás ...


Dedicado os "velhotes" do meu tempo !



Outros tempos quem mos dera
poder voltar num momento.
São saudades dessa era
mas não são nenhum lamento.



Se escolher fosse possível
ficaria eu sem saber
se depois não era horrível
o voltar a desfazer !



Mas voltando à questão
de ao passado regressar,
toda e qualquer função
igual era ao repassar.


Cada coisa no seu tempo
tempo tem p'ra ser composta
pois que todo o contratempo
advém de coisa oposta.



Acabemos com tal cisma
vamos os sonhos conter.
Voltar atrás é sofisma
de quem não soube viver.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

PORTUGAL ... ao que chegaste !!!

Ao receber fotos do Portugal rural,
inclui estes versos ao reenviá-las
aos meus amigos.


Portugal que nos espera,
daquilo que foi um dia,
encontrareis nestas fotos.
Nós estamos noutra era,
a findar a romaria
mas de Fátima devotos.



Milagres, espera o Povo
que o Pê Esse lhe faça,
que o prometido é devido!
Vai daí, vota de novo,
acredita na trapaça
e acaba sempre comido.


Nosso país vai voltar
a ser como antigamente
da Europa o mais pobre.
Já ninguém quer trabalhar,
estragaram a semente
nosso povo virou nobre.


Estamos todos tramados
numa feira de vaidades
vivendo com fantasias.
Analfabetos letrados,
nas Novas Oportunidades,
vai ser um ver se te avias.


Vira o disco, toca o mesmo,
esfrega as mãos de contente
político no seu poleiro.
Benesses vai dando a esmo
garantindo enquanto mente,
que por cá,… tudo porreiro !


Ah!, juventude perdida,
que vai ser do teu futuro
neste país estragado ?
Sendo assim, não há saída
podes crer e te asseguro,
só corridos a cajado !


Se tiver saúde e sorte
p’ra viver uns anos mais,
fico contente e feliz.
Sem querer perder o norte
versos meus não são demais,
não vou baixar a cerviz.


Contem comigo portanto
para zurzir no sistema
com muita perseverança.
A minha mão eu levanto,
espero nunca me trema,
enquanto houver esperança.




As estrelas da minha infancia


Foi com surpresa que vi
As estrelas do meu tempo.
Pena foi, só antevi,
Ser aquele o seu momento.



Eu recordo uma revista
Semanalmente comprada
Com poster de muita artista
Que na parede colava.


As fotos não tinham cor
Mas que importava na altura !
P’ra mim todas, um amor
Cuja saudade perdura.



Tinha a parede colada
Só de fotos, mais de vinte.
Uma ou outra mais amada
Qualquer delas, um requinte.


Mais tarde, namorador
Fiz limpeza na parede.
Acabou-se um certo ardor,
Lá se foi a minha sede.



Minha mãe ficou contente
Na parede pôs papel.
Ficou o quarto decente
E acabou-se o bordel.



Muitos anos se passaram
Nunca mais nisso pensei.
fotos dessas me mandaram
E a recordar, … acabei.



Nestas fotos eu revejo
A lembrança dum passado.
Mas estas moças que eu vejo,
Já não são do meu agrado.



Uma tristeza me invade
P’lo tempo que já passou.
Que importa seja a saudade
Da vida que se afastou.



Quanto muito são velhinhas
Se vivas elas estão.
Outrora foram rainhas
Jazem hoje num caixão.



Eu também envelheci
E a todos calha morrer.
Ter vivido o que vivi,
Esta vida percorrer.


A morte algum medo mete
Só de pensar que perdemos
Tudo quanto à Internete
Certo futuro antevemos.



Nossos netos vão gozar
Das invenções que antevejo.
Tenho pena não estar,
Esse futuro, … eu invejo.



Quem andou não tem p’ra andar
Diz o povo em seu ditado.
Se o presente é p’ra gozar
Esqueçamos nosso fado.


E uma alegria me invade
De saber que vivo estou.
Que importa seja vaidade
Se em poesia me dou !



E no prazer de escrever
Estas quadrinhas singelas,
Rejuvenesço a meu ver,

Fico mais novo que elas.



O Universo


Tanta guerra, tanta merda
na vaidade que se arrota !
Universo que se herda
seguiu sempre a sua rota !



Conflitos no dia a dia
são pão nosso, deste lado,
vivendo na ninharia
planeta comparado.


O mundo, que é nosso mundo
p'ra alguns é, a sua casa.
Meu pensamento profundo
voa além, bateu a asa.



Só de ver, fico a pensar,
Universo, que és tão vasto,
de alguém podes ser o lar,
quanto a mim, perdi o rasto.


Tanta coisa descoberta
o conhecimento nos abre.
Nossa ideia inda é incerta
na procura da verdade.


É um segredo escondido
que se procura encontrar.
Ai pensamento perdido
que dá muito que pensar.



Minha mente fica aquém
de outras mentes mais famosas
que inventaram esse Além
por vias religiosas.



O Universo é tão grande
e cada dia que passa,
o seu tamanho se expande,
não sou eu quem o devassa.



Com a modéstia me fico
e no pensar, sou agastado.
Sendo eu um maçarico
vale mais... ficar parado.

SANTOS da porta, não fazem milagres

A propósito de um cheque das Finanças,

retorno do I.R.S., no valor de 0,01 €uros !



Tanta merda e tanta guerra
Às Finanças acometida.
Ouço o povo que só berra,
São Impostos em subida.



Mas se a coisa estava feia
Porque não reclamar ?
P’ra fazer um pé de meia
Um cheque veio a calhar.



Foi grande a satisfação
Em casa do senhor Santos
Ao lhe entregarem em mão
O cheque dos seus encantos.


-Este ano eu vou de férias,
Vou jantar em restaurantes!
Mas afinal eram lérias
Ficou tudo como dantes.



As Finanças, desconcertam
Tanto pedem como dão.
Se alguns o cinto apertam
A outros mandam tostão.



Neste caso, brada ao Céu
Que esta dita cambada
Fizesse tanto escarcéu
Ao mandá-la REGISTADA.



Ficou mais caro o correio
Que o valor a receber !
Eu pergunto porque veio,
Se não dá para entender !



No reino do Brutamontes
Há dispêndio de milhões.
Os Registos são aos montes
Para entregas de tostões.



Pago eu e pagas tu
Impostos no dia a dia.
Só me falta é andar nu
P’ra pagar rebaldaria !

Reforma aos 70 anos ?

A reforma a todos custa
pois representa a velhice
e quando ela não é justa
já não dá p'ra uma estroinice.

Nestas coisas de reforma
custa muito ser doutor.
Há que cumprir com a norma
e deixar de ser censor.

Reformados aos setenta
a muitos vai dar azia.
É questão de morte lenta,
perdem cinco, de folia.

Trabalhar quarenta anos
é um esforço inaudito
que a todos nós deixa danos
mas tem sido o requisito.

Agora juntem mais cinco
e vejam o que pode dar.
Nestas coisas eu não brinco
vai muita gente estourar.

Outros há, que mais felizes
já se encontram reformados.
Para eles não há crise
se ganham dois ordenados.

Ao ver jovens sem trabalho
faço perguntas a mim.
Será que encontram atalho ?
Será que chegam ao fim ?

E os drogados, senhores ?
Vão viver na indigência ?
No meu País de Doutores
faz-nos falta a competência.

Neste País adiado,
sobrevive, só quem pode !
Se p’ra muitos isto é fado
é porque ninguém lhes acode.

Há que talhar a direito,
acabar com a pantomina.
Vamos todos fazer peito
ou é nossa a triste sina ?

Divagações


Minha morte anunciada

Está no gene da família.

Quem vê curta a Alvorada

Jamais verá a homília.


Com sorte tenho dez anos,

Talvez mais para viver.

Nesta vida desenganos

Cumprem nosso padecer.


Mas quando olho em frente

Mais tempo quero viver.

Sinto ganas no presente

Tanta coisa p’ra fazer!


Me esqueço olhar p’ra trás

E agradecer o passado.

Se o que vivi me apraz,

Devo dizer, obrigado.


Aos bons amigos que tenho

Suas críticas agradeço.

Deles recebi o empenho

Que por certo não mereço.


A mulher é um suporte,

Gosto dela com amor

Pois me indica sempre o Norte

Tendo a vida mais sabor.


Filhos tenho, amigos meus

Com rumo certo na vida.

Já sigo conselhos seus,

Muito mudou minha lida.


Um neto e duas netas

À casa dão alegria.

Atingidas minhas metas,

Sou feliz, ganhei meu dia.


Lucubrações na velhice



Lucubrações só as tem

Todo aquele que está vivo,

E raciocina tão bem

Que ao pensamento dá asas.

Melhor fora se usa crivo

E faz chama, tendo brasas.


Por vezes vem a tristeza

Se a solidão nos invade

Em pensando na incerteza

Que o amanhã nos espera

E ao recordar com saudade

O passado que já era.


Com trabalho construí

Um império pequenino

E tudo o mais esqueci

Distraído em meu labor,

Nos acordes desse hino

Em me julgando o melhor!


Construí uma família

De quem gosto e sou amado

E onde qualquer quezília

Mulher, filhos e netos

Todos juntos do meu lado

Me ajudam com seus afectos.


Meu castelo é defendido

Por família e por amigos,

Os poucos com quem eu lido

Que são amigos de peito

Com críticas que não são figos

Contundentes e a eito.


O viver nos tempos de hoje

No tempo das descobertas

Em que o futuro nos foge

E está presente a saudade,

Recordações tão abertas

Dão tristeza de verdade.


Sinto ganas em lutar

Se a tristeza está ausente

E meu mundo é um lugar

Com stress e ambições.

Transformado em valente

A tudo dou soluções.


A morte só é saudade

Se naqueles que cá ficam

Há lembrança e amizade.

Quanto muito, nós lembrados

Quando os sinos replicam,

Ou numa ou outra verdade.


Se o recordar é viver

Saudades dos tempos idos,

Todo aquele que morrer,

Que a morte nos leva a eito

Em ficando cá doridos,

Vai o morto satisfeito.


Quanto aqueles que invejosos

Nos dão facadas nas costas

Pensando ser poderosos,

Podem crer que arrebito.

Façam pois suas apostas…

Lhes deixo eu meu manguito.


05.07.2009


domingo, 5 de julho de 2009

Provérbios em quadras



A culpa anda perdida
já fugiu da nossa beira.
Anteriormente escondida,
a culpa morreu solteira.

Sozinho, tu pouco vales
por muito que a porca torça.
Malhor é que tu te cales
que a união faz a força.

Atenta neste conselho:
Água mole em pedra dura
que apesar de ser velho
tanto dá até que fura.

Quem de mim nunca se esquece
pode crer, não rogo praga.
De mim recebe a benesse
amor com amor se paga.

Eu não sou um pau mandado
nem roupa de retrocer.
Se pego no meu cajado,
antes quebrar que torcer.

Cuida de ti com cuidado,
não te importes que te ajudem.
...e já lá diz o ditado
as aparências iludem.

No estudar se incute
filosofias de truz.
Com teus amigos discute,
da discussão nasce a luz.

A coisa feita com pressa
pouca qualidade tem
e fraca fica a remessa.
Depressa e bem, não há quem.


A Plácido Domingo e a José Carreras


( ao saber que o 1º ajudara o 2º a vencer a doença )

Uma lágrima perdida
me embaciou o olhar.
Com a verdade sentida
eu dei comigo a pensar.

Esta vida é passageira,
um dia nos toca a nós.
Ter amigos de primeira
faz sentir-nos menos sós.

Amigos, tomem bem nota
na amizade comedida.
É como a água que brota
para à secura dar vida.

Dos amigos não desejo
que me amparem sofrimento.
Enquanto bom eu gracejo
por não ser este, o momento.

No amanhã eu não penso
e dele quero esquecer,
pois só assim me convenço
que é melhor o meu viver.

E enquanto a vida se passa
na pasmaceira de um dia,
é como estando à vidraça
e não sentir alegria

14.04.2007