terça-feira, 26 de outubro de 2010

Três mamas...já é demais...



Três mamas… já é demais
Quando tens apenas duas
Mãozinhas p’ra trabalhar.
Olho a foto e digo mais;
Em qual delas te situas,
Se tens três para tocar?

Quem com a moça casar
Na saúde sobressai
No meio deste aparato.
Há mais leite para dar,
Quer ao filho, quer ao pai,
Que comem do mesmo prato.

Na malícia do brejeiro
Não cabe fazer alarde
Quando o azar é desgraça.
Arranje ela um bom parceiro,
Seja cedo ou seja tarde,
Que acabo aqui a devassa.

Já me sinto incomodado
De mais palavras buscar
Para acabar o poema.
A ela basta o seu fado
P’ra sua vida ofuscar
Como se fora uma algema.
.

BONECA de SILICONE



Chegou lesta a concorrente
Que as mulheres faz desgostar,
Pois muito homem contente
Vai no modelo apostar.

Vantagens, tomem bem nota
A seguir publicitadas.
Podem crer, não é batota,
por alguns, vão ser testadas.

Escolhes altura ou peso
Conforme te dá mais jeito.
Podes trocar sem desprezo,
Os olhos, quadris e peito.

São belas e têm vantagem,
Com sensores a trabalhar.
Trinta são de alta voltagem
No prazer a desfrutar.

São vinte as combinações
Que ao gozo dão colorido
E quando nas fricções
Emitem vago gemido.

Conhecem alguns comandos
Para evitar um abuso.
Na defesa dos malandros
Elas têm... senha de uso.

Quem nunca teve pachorra
P’ra começar um namoro
Por certo antes que morra
Vai tentar o desaforo.

Assim, quem vive sozinho
vai poder ter companhia.
Come à mesa o pão e vinho
E tem na cama alegria.

Se a moda pega, vão ver
Muito casal satisfeito
Pois vão ter com quem comer
Seja na mesa ou no leito.

A moça fica barata
Nos luxos não dá despesa.
Seja ela loira ou mulata
Não diz que não, de certeza.

Não lhe pergunta onde esteve
Nem o que andou a fazer,

Ciúmes que nunca teve,
Sabe apenas dar prazer!

Sua casa é sossegada
Não contesta decisões.
Uma mulher conformada
Sem entrar em discussões.

Tão pouco faz um chorão
Gosta apenas de agradar.
Não vai ter menstruação
Nem tão pouco engravidar.

Acabou dor de cabeça,
De carinhos não carece.
Nada tem que a impeça
Podem crer, nem envelhece.

Se cansado, queres mudar
Seu aspecto visual,
As peças podes trocar
Que esta moça, é imortal.

E com esta aqui me fico,
Meus versos vou acabar
Antes que finde o fabrico
Vou meia dúzia comprar.

Se pensas que tenho ganas
de tantas mulheres dispor,
muito cuidas ou te enganas!
P’ra amigos,… faço o favor.


* * * * *
O reverso da medalha
Aos homens vai tirar fama.
Inventor bem cedo talha
Masculino para a Dama.

.

Eu dei comigo a pensar...



Eu dei comigo a pensar
no sacrifício dos outros,
na coragem dessa gente !

A tristeza me invadiu,
comparando sou feliz,
não tratei de padecente.

Se azar me batesse à porta
por certo também sofria
mas eu nem quero pensar !

Que importa ser solidário
com sacrifícios de outros
se falhava em seu lugar !

Revoltados quantas vezes
o somos por coisas vãs
sentindo a infelicidade .

Comparando a nossa dor
com a dor do pai presente
me envergonho nesta idade.

Impressionados que somos
ao conhecer certas dores
capazes de enlouquecer,

paramos e reflectimos
"calhou a outro, ...coitado !"
Tratamos é de esquecer.

Esta vida é Lotaria .
Se nascem sãos nossos filhos,
saiu prémio de eleição.

Outros há com pior sorte,
filhos têm deficientes…
contenta-os “terminação”.

E assim se vive esta vida,
uns contentes a sorrir
julgando ter problemas.

Outros há com pior sorte
dão amor, sabem sofrer,
fazem da vida poemas.

domingo, 24 de outubro de 2010

Estando eu, deleitado...



Estando eu, deleitado,
Num jardim vendo a paisagem,
Por pouco fiquei varado
Ao ver tão grata miragem.

Uma velhinha devota
Às pombas dava comida,
Com sua neta janota
De mini saia atrevida.

“Estórias”, teve a velhinha
Que não gosta de contar
Porquanto a sua vidinha
Foi um caso de espantar.

Se ela contava o quanto
Que por bem, deu empregado,
Tamanho era o espanto
Do que gozou bem gozado.

A nova, mais atrevida,
Outro tempo, outra gente.
Se ela está na partida
Qualquer dia vai na frente.

Os prazeres que a vida dá
São efémeras alegrias.
Longa vida e que oxalá
Recorde bem os seus dias.

Um corpo quer-se bem feito,
Que tenha alguma carniça
Com duas bolas no peito,
Rabeando anca roliça.

Quanto à velha, coitadinha
Quem andou, não tem p’ra andar.
Respeitemos a velhinha,
Tem conselhos para dar.

Que importa que as mamas tenha
Descaídas e chupadas
E que erotismo não tenha
suas coxas descarnadas !

Quanto à nova, sou espreita,
Sempre gostei de cocar
E em sendo ela bem-feita
Vontade dá, de apalpar.

E ao ver um quadro tão lindo
De gerações tão opostas,
Pensei que o mundo está findo
P’ra corcovada das costas.

Quanto à neta, que tem pinta
Vai ser mulher de galar.
Um qualquer faz-lhe uma finta
Se bem souber pedalar.

E suspirando desisto
Olhando para outro lado.
Nestas coisas não invisto
Já me sinto ultrapassado.

Quem estes versos me lê,
Digo eu, fazendo fé,
Que o velho que outro vê,
Novo, se sente que é.